Lar das Meninas

Pois é... O Lar das Meninas está finalmente online. Embora o nome possa sugerir, não somos um orfanato, mas uma república. E das melhores já vistas! Nossas portas estão abertas (aqui). Viva a inclusão Digital!

sexta-feira, novembro 19, 2004

Por água acima

Há coisas que, quando a gente ouve ou vê na tv, nem precisa ter o trabalho de pensar que é mentira porque o piloto automático avisa: impossível de acontecer. Mas sempre chega o dia em que uma dessas coisas bizarras acontece com você.
Nós, do Lar das Meninas, vivemos um desses tragicômicos momentos hoje. E foi muito triste. Claro, é compreensível que nosso público, que se resume a nós e uns três ou quatro amigos, não acredite. Que fazer? Só podemos jurar solenemente que se trata de um fato. Sequer hipérboles serão utilizadas em sua narração para que o tom exagerado não retire a credibilidade do acontecimento. Lá vai ele.
O dia 19 de novembro – hoje, por um acaso – teria começado como um outro qualquer neste apartamento, não fosse um sórdido detalhe: ontem à noite, constatei que uma tragédia estava prestes a acontecer. Ao dar a descarga, notei que a água quase transbordava, seríssimo sintoma de um problema temidíssimo em uma casa de meninas relativamente frescas: vaso entupido.
A primeira coisa que fiz, pela manhã, foi comentar com Priscilla a delicada situação do sanitário enquanto ela fazia sua habitual escova da franja. Intuímos, juntas e em silêncio, o pior.
Na hora do almoço, estávamos em casa Raquel e eu. A delicada situação do banheiro já não era novidade para ninguém e muito nos preocupava. Luana chegou com visita, a Daniele, da sala dela. Logo depois o interfone tocou. Era a Graciela, minha amiga, chegando para editar uma entrevista. Traduzindo: havia estranhas no ninho. Não era uma situação apropriada para passarmos por constrangimentos. Mas o destino quis que assim fosse e a desgraça se deu.
L.A.M., 20 anos, estudante de psicologia, nascida e criada em Piraí- RJ, moradora do Lar em questão, num extremo lapso de insensatez, dirigiu-se ao banheiro. Serão poupados dos leitores os piores detalhes. O que pode ser dito é que o elemento em questão não se conteve na primeira etapa do processo fisiológico que se dá no trono. Ao apertar a descarga, pânico. O vaso transbordou.
O elemento responsável pelo incidente foi obrigado a lavar o banheiro antes de partir às pressas para a faculdade. Fomos deixadas em casa, Raquel e eu, literalmente com a bomba nas mãos.
Providência n° 1: superamos o trauma de lidar com o material flutuante alheio que, por pouco e bondade divina não foi ao chão.
Providência n° 2: compramos soda cáustica e jogamos lá três vezes. Espera-se que todos sejam capazes de imaginar por que a água se fez turva e espessa. Ninguém teve coragem de conferir o odor.
Providência n° 3: como a soda não resolveu, cortamos a mangueirinha do chuveiro. Foi uma atitude drástica, pois certos procedimentos, como uma depilação de qualidade, ficam comprometidos com a inutilização da duchinha. Como em toda democracia, tivemos o cuidado de votar antes. Luana já havia dito que era contra e Priscilla estava na faculdade. Raquel e eu votamos pelo corte. E assim foi feito. A mangueirinha foi enfiada cano abaixo e... Nada!
Providência n° 4: mais uma rodada de soda cáustica e a água se fez limpa na medida em que se pode ser quando se é água de vaso. ( Notem o rebuscado recurso estilístico de repetição do verbo ser.)
Providência n° 5: capturamos cinco reais da cômoda da Luana e compramos um desentupidor. Cacá, nossa heroína, que tem dois desentupimentos de ralo com quilos de cabelo no currículo, avançou bravamente em direção ao banheiro e bradou, vitoriosamente: consegui!
E foi assim que passamos a acreditar que talvez nem tudo nos episódios de “Os normais” fosse forçassão de barra. Sejamos mais crédulos.
P.S. : E esta história ainda teve conseqüências

5 Comments:

  • At 11:32 PM, novembro 19, 2004, Anonymous Anônimo said…

    Oi, é a Lu. Enfim, estamos na net. Depois de quase dois anos de risadas, brincadeiras, e muitas, mas muitas trapalhadas temos a oportunidade de compartilhar a rotina dessa gaiola das loucas. O episódio do vaso entupido foi lamentável, mas hilário. Só gostaria de acrescentar que a pessoa que usou o banheiro antes do acontecido NÃO TEVE CULPA. FOI UM ACIDENTE. No mais, tudo é festa! E viva a Raquel, nossa heroína. Bjão

     
  • At 11:47 PM, novembro 19, 2004, Anonymous Anônimo said…

    Aqui é o Bernardo, cliente assíduo do Lar. Ainda bem que eu não estava aí. Ponto.

     
  • At 12:02 AM, novembro 20, 2004, Blogger Anna Carolina said…

    como assim cliente, Bernardo? quer comprometer nossa fama? pô!

     
  • At 12:03 AM, novembro 20, 2004, Anonymous Anônimo said…

    Entra no ICQ, Anna Carolina! É o Bernardo, aliás, cliente do Lar. Ponto.

     
  • At 7:42 PM, abril 24, 2005, Anonymous Anônimo said…

    Uma "estranha no ninho"? Pô!! Que desaforo!!! Achei que já fosse de casa. Ainda mais depois desse episódio!

     

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