D, Nina
Depois daquele feriado prolongado, quando chegaram em casa, as meninas tiveram uma surpresa: as compras estavam feitas, a casa estava arrumada, o banheiro limpo e tinha até bolo de cenoura. Como chegaram todas ao mesmo tempo e não haviam visitado o apartamento no fim de semana, tomaram um grande susto. Nenhuma delas poderia ter feito aquilo.
A verdade é que a casa havia se acostumado a ficar abandonada. E elas estavam cansadas dessa história de cuidar de si mesmas. Ninguém havia avisado que sobreviver, pura e simplesmente, dava trabalho. Havia dias em que se esqueciam até mesmo de comprar comida.
Desejaram tanto a empregada que seus parcos recursos não podiam pagar que ela acabou surgindo. Ainda estavam na sala, boquiabertas, discutindo se deveriam ou não comer o bolo que não sabiam de onde viera, quando a porta se abriu e ela entrou.
Era uma figura muito simpática: cabelos um pouco grisalhos, óculos moderninhos e roupas conservadoras. Carregava uma sacola cheia de frutas e foi logo jogando todas na pia. Anunciou que faria uma salada. Só foi lembrar de se apresentar quando, histérica, Raquel anunciava para as outras que só podia tratar-se de um espírito.
Não se tratava.
“Oh! Mil perdões, meninas, esqueci de me apresentar. Não se assustem. Sou D. Nina, a governanta.”
Como é que era?
Verdade. Governanta.
Anna teve que se conter para não dar pulinhos, imaginando que, se havia até bolo, o que esta mulher não faria para o almoço! Teve o pensamento desviado para a pia, onde boiavam na água com vinagre meia dúzia de lindíssimas nectarinas.
Quando faziam perguntas como “Quanto temos de pagar?”,”Quem a contratou?”, D. Nina simplesmente não respondia. Só quando a Luana começou a comer o canto da boca, de tão irritada, é que ela concordou em dizer uma única frase a respeito de sua origem: “Perguntem à Anna.”
A Anna, coitada, tá tentando se explicar até agora.
A verdade é que a casa havia se acostumado a ficar abandonada. E elas estavam cansadas dessa história de cuidar de si mesmas. Ninguém havia avisado que sobreviver, pura e simplesmente, dava trabalho. Havia dias em que se esqueciam até mesmo de comprar comida.
Desejaram tanto a empregada que seus parcos recursos não podiam pagar que ela acabou surgindo. Ainda estavam na sala, boquiabertas, discutindo se deveriam ou não comer o bolo que não sabiam de onde viera, quando a porta se abriu e ela entrou.
Era uma figura muito simpática: cabelos um pouco grisalhos, óculos moderninhos e roupas conservadoras. Carregava uma sacola cheia de frutas e foi logo jogando todas na pia. Anunciou que faria uma salada. Só foi lembrar de se apresentar quando, histérica, Raquel anunciava para as outras que só podia tratar-se de um espírito.
Não se tratava.
“Oh! Mil perdões, meninas, esqueci de me apresentar. Não se assustem. Sou D. Nina, a governanta.”
Como é que era?
Verdade. Governanta.
Anna teve que se conter para não dar pulinhos, imaginando que, se havia até bolo, o que esta mulher não faria para o almoço! Teve o pensamento desviado para a pia, onde boiavam na água com vinagre meia dúzia de lindíssimas nectarinas.
Quando faziam perguntas como “Quanto temos de pagar?”,”Quem a contratou?”, D. Nina simplesmente não respondia. Só quando a Luana começou a comer o canto da boca, de tão irritada, é que ela concordou em dizer uma única frase a respeito de sua origem: “Perguntem à Anna.”
A Anna, coitada, tá tentando se explicar até agora.
2 Comments:
At 9:40 AM, maio 11, 2005, Anônimo said…
Suspense... Comentário final no post final.
At 9:17 AM, maio 14, 2005, Anônimo said…
péraí... repostagem?
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