Lar das Meninas

Pois é... O Lar das Meninas está finalmente online. Embora o nome possa sugerir, não somos um orfanato, mas uma república. E das melhores já vistas! Nossas portas estão abertas (aqui). Viva a inclusão Digital!

domingo, novembro 28, 2004


Esta é a nossa pia em um dia de muito movimento, quando a desordem impera.

Soda Cáustica

É verdade que não foram muitos, mas há quem tenha cobrado a continuação da trágica história do acidente sanitário. Quem se divertiu com a desgraça alheia, pode até pensar que tudo neste lar é festa. Mas não. O Lar das Meninas é cheio de episódios dramáticos. A conseqüência daquela fatídica sexta-feira em que nossa heroína Raquel desentupiu o vaso é um deles.
Finda a luta contra o entupimento, Raquel dirigiu-se às pressas para a faculdade, onde uma difícil prova a aguardava. Ao voltar, faminta, exausta e desatenta, foi preparar um lanche e usou, para fazer um copinho de Nescau, a primeira colher que viu na frente.
Retornemos ao entupimento do vaso. Nossa providência n° 3, como é possível conferir no post abaixo, foi jogar soda cáustica no vaso. Para isso, é claro, foi usada uma colher. Sim, por uma infeliz coincidência, foi justamente esta colher que Raquel usou para mexer o leite. Foi triste ver o desespero estampado na cara de nossa salvadora ao constatar que havia usado uma colher perigosíssima, que poderia colocar em risco seu 19 anos de muito boa saúde, obrigada.
Felizmente, nada demais aconteceu. Raquel passa muito bem, obrigada mais uma vez. Está em Piraí, sentindo o gosto de rever a terra natal após ter vislumbrado, pela primeira vez em sua jovem vida, a possibilidade da morte. Agora ela já aprendeu que a soda cáustica é sua criptonita.

P.S.: Um abraço para a família Gonçalves. Foi um ótimo domingo!!!

sábado, novembro 20, 2004

Nós e a plaquinha


Nossa foto (ainda na formação oficial antiga) com a plaquinha da nossa porta.Ao fundo, um pedacinho do mural do corredor. Da esquerda para a direita: Raquel, Luana, Priscilla e Fernanda. Essa cabecinha aí em cima é minha. Péssima resolução. Sabemos.

sexta-feira, novembro 19, 2004

Por água acima

Há coisas que, quando a gente ouve ou vê na tv, nem precisa ter o trabalho de pensar que é mentira porque o piloto automático avisa: impossível de acontecer. Mas sempre chega o dia em que uma dessas coisas bizarras acontece com você.
Nós, do Lar das Meninas, vivemos um desses tragicômicos momentos hoje. E foi muito triste. Claro, é compreensível que nosso público, que se resume a nós e uns três ou quatro amigos, não acredite. Que fazer? Só podemos jurar solenemente que se trata de um fato. Sequer hipérboles serão utilizadas em sua narração para que o tom exagerado não retire a credibilidade do acontecimento. Lá vai ele.
O dia 19 de novembro – hoje, por um acaso – teria começado como um outro qualquer neste apartamento, não fosse um sórdido detalhe: ontem à noite, constatei que uma tragédia estava prestes a acontecer. Ao dar a descarga, notei que a água quase transbordava, seríssimo sintoma de um problema temidíssimo em uma casa de meninas relativamente frescas: vaso entupido.
A primeira coisa que fiz, pela manhã, foi comentar com Priscilla a delicada situação do sanitário enquanto ela fazia sua habitual escova da franja. Intuímos, juntas e em silêncio, o pior.
Na hora do almoço, estávamos em casa Raquel e eu. A delicada situação do banheiro já não era novidade para ninguém e muito nos preocupava. Luana chegou com visita, a Daniele, da sala dela. Logo depois o interfone tocou. Era a Graciela, minha amiga, chegando para editar uma entrevista. Traduzindo: havia estranhas no ninho. Não era uma situação apropriada para passarmos por constrangimentos. Mas o destino quis que assim fosse e a desgraça se deu.
L.A.M., 20 anos, estudante de psicologia, nascida e criada em Piraí- RJ, moradora do Lar em questão, num extremo lapso de insensatez, dirigiu-se ao banheiro. Serão poupados dos leitores os piores detalhes. O que pode ser dito é que o elemento em questão não se conteve na primeira etapa do processo fisiológico que se dá no trono. Ao apertar a descarga, pânico. O vaso transbordou.
O elemento responsável pelo incidente foi obrigado a lavar o banheiro antes de partir às pressas para a faculdade. Fomos deixadas em casa, Raquel e eu, literalmente com a bomba nas mãos.
Providência n° 1: superamos o trauma de lidar com o material flutuante alheio que, por pouco e bondade divina não foi ao chão.
Providência n° 2: compramos soda cáustica e jogamos lá três vezes. Espera-se que todos sejam capazes de imaginar por que a água se fez turva e espessa. Ninguém teve coragem de conferir o odor.
Providência n° 3: como a soda não resolveu, cortamos a mangueirinha do chuveiro. Foi uma atitude drástica, pois certos procedimentos, como uma depilação de qualidade, ficam comprometidos com a inutilização da duchinha. Como em toda democracia, tivemos o cuidado de votar antes. Luana já havia dito que era contra e Priscilla estava na faculdade. Raquel e eu votamos pelo corte. E assim foi feito. A mangueirinha foi enfiada cano abaixo e... Nada!
Providência n° 4: mais uma rodada de soda cáustica e a água se fez limpa na medida em que se pode ser quando se é água de vaso. ( Notem o rebuscado recurso estilístico de repetição do verbo ser.)
Providência n° 5: capturamos cinco reais da cômoda da Luana e compramos um desentupidor. Cacá, nossa heroína, que tem dois desentupimentos de ralo com quilos de cabelo no currículo, avançou bravamente em direção ao banheiro e bradou, vitoriosamente: consegui!
E foi assim que passamos a acreditar que talvez nem tudo nos episódios de “Os normais” fosse forçassão de barra. Sejamos mais crédulos.
P.S. : E esta história ainda teve conseqüências

segunda-feira, novembro 15, 2004

Hein? Lar das meninas?

Apesar de o nome sugerir, nosso lar não é um orfanato. É um simpático apartamento dividido por quatro não menos simpáticas garotas. Antes, éramos cinco. Mas a Fernanda casou, em setembro, e nos deixou desfalcadas.
Não é o caso de falar tudo, agora, em detalhes. Eles serão revelados a cada post.
Como disse, somos quatro: Anna, Luana, Priscilla e Raquel. Estudamos na UFF desde março de 2003, quando nos mudamos para cá. ( Cá = Icaraí, Niterói ) Mas seremos apresentadas com calma, aos poucos. Em resumo, somos todas loucas, requisito básico para ser uma legítima moradora deste lar. E é só, por enquanto.